RABDOMIÓLISE: O MÚSCULO QUEBRADO
por Daniel Coriolano (MÉDICO CRM/CE 13090)
[músculo esquelético (rabdomio) quebra rápida (lise)]
Rabdomiólise (RB) consiste na liberação de componentes intracelulares para circulação corpórea após lesão intensa da musculatura esquelética. Creatinoquinase (CK), alanina aminotransferase (TGO) e asparato aminotransferase (TGP) são os três de mais fácil detecção aos exames complementares. Entretanto é válido lembrar que proteínas do espaço sarcoplasmático, além de eletrólitos, estão no hall de elementos extravasados; a exemplo das mioglobinas. A dor muscular é o componente clínico que chama atenção para o diagnóstico.
Em atividades mais intensa e de alto rendimento o quadro é mais frequente. Soma-se a prática esportiva, situações que contribuem como, temperatura e distúrbio hidreletrolítico, fato que nos motiva a orientar maior atenção na hidratação, controle térmico para arrefecimento durante a prova de corrida de rua (jogar água na cabeça por exemplo) com roupas adequadas que permitam maior troca de calor entre o corpo, tecido e o meio ambiente, além de reposição de eletrólitos para as provas com mais de uma hora de duração sobretudo.
Dentre outros fatores também estabelecidos na gêneses da RB destacam-se distúrbios genéticos (distrofias musculares), infecções virais, bacterianas ou fúngicas específicas, miopatias, alterações térmicas bruscas como hiper ou hipotermia, doenças da tireoide ou mesmo como efeito colateral de medicamentos como as utilizadas para reduzir colesterol e triglicerídeos além de corticoides e antidepressivos tricíclicos como a amitriptilina, mais utilizada na atenção primária à saúde no Brasil por sua maior disponibilidade. Bebidas alcoólicas, cocaína são dois exemplos de drogas que também podem levar a RB. Acidentes com animais como abelhas e aranhas também podem cursar com esta condição clínica.
A insuficiência renal aguda (IRA) pode seguir como complicação da RB. De 7-10% das internações por IRA estão relacionadas a RB. As pessoas que utilizam drogas ilícitas ou abusam do uso de bebidas alcoólicas ou aquelas pessoas pós-traumatizadas com outros fatores causais já mencionados, estão entre os que mais apresentam a IRA na vigência de RB. A taxa de mortalidade descrita na literatura médica é de 5%. Com tendência de acometimento maior entre os homens.
O tratamento é realizado em ambiente hospitalar, quando é utilizado volumes de até 14 litros de soro ao dia e sessões de hemodiálise. Além de combater o fator desencadeante.
danielcoriolano@gmail.com
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